A comunicação vem sendo assumida como uma nova área técnica nas organizações educacionais em pleno momento de desconforto e de mudança de modelos e, talvez até, mudança de paradigmas e encontra espaço formal nos setores e organogramas, porém, pelo viés instrumental e utilitarista. Oficialmente ocupa espaços privilegiados junto ao poder de decisão, mas ainda não está plenamente compreendida, portanto, não incluída com seu potencial de intervenção e transversalidade.
Por essa razão, ousamos afirmar que o saber da comunicação ainda não foi apreendido e compreendido pelas organizações educacionais. Incluiu-se apenas uma das possibilidades de comunicação: a instrumental baseada na transmissão unilateral de mensagens. Essa possibilidade, aliás, está em sintonia com o modelo burocrático de organização, alicerçada na hierarquia, na centralização e na definição clara de funções e atribuições.
A fim de gerar uma dinâmica interna e incluir-se adequadamente, a gestão precisa tratar, na dimensão política de tornar-se aberta e democrática, a partir de um processo de compartilhamento de conhecimento que desenvolva os sujeitos e na dimensão cultural, de construir o sentido desse novo conhecimento, incorporando-o às práticas, aos rituais, ao discurso e à linguagem. Nos dois espaços, a comunicação torna-se imprescindível: no acompanhamento e garantia do diálogo, que é a base da relação democrática, e na construção de sentido para os elementos produzidos pela mudança.
Buscar esclarecer e multiplicar tais dimensões da comunicação, que vão muito além do seu viés funcionalista-cartesiano, deve também ser também a nossa bandeira, nossa, dos comunicadores e comunicólogos. Precisamos fugir do instrumentalismo, mesmo que isso implique em desacomodação.
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