2 de set. de 2012

Uma cutucada no poder do professor e implosão da escola do passado

O caso da menina Isadora Faber, de 13 anos, que conquistou as redes sociais e acabou na mídia off line com sua fan page no Facebbok, na qual expõem as mazelas da escola pública na qual estuda, chamou a atenção da sociedade para um fenômeno que ocorre há um bom tempo nas organizações educacionais. A imposição do diálogo. Sem preparo para conversar com os públicos / interlocutores que estão presentes no seu dia-a-dia, as escolas e universidades acabam ficando reféns de redes sociais, vídeos gravados com celulares, fotos de câmeras ocultas, enfim, um sem fim de recursos que possibilitam a publicação de situações constrangedoras do cotidiano.

Desde uma aula mal dada até um descontrole do professor passando por limitações, deficiências e contradições, tudo é motivo para denúncia. E elas surgem aos borbotões quando falta o diálogo.

O Grupo RBS, que está em plena campanha: A Educação precisa de respostas, publicou boas reportagens neste final de semana sobre o caso de Isadora, com análises provocativas. Vale a pena ler.  Abaixo reproduzo imagens das reportagens de Zero Hora e do Jornal O pioneiro. Os títulos são emblemáticos.

Uma cutucada no poder do professor (Zero Hora)


 Implosão da escola do passado (O Pioneiro)












A reportagem da Revista Veja também sucinta reflexão, especialmente no seu título: "Educadores não estão prontos para lidar com Isadoras" - http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/educadores-nao-estao-prontos-para-lidar-com-%E2%80%9Cisadoras%E2%80%9D

No Congresso da Abrapcorp de 2011, em São Paulo, apresentei um artigo que discutia teoricamente o impacto das redes sociais nas organizações educacionais. Quem tiver interesse encontra em: http://www.abrapcorp.org.br/anais2011/trabalhos/trabalho_rosangela.pdf



29 de jun. de 2012

Frase de Morin que me inquieta todos os dias


"A imensa máquina da educação é rígida, inflexível, fechada e burocratizada. Muitos professores estão instalados em seus hábitos e autonomias disciplinares. Estes, como dizia Curien, são como os lobos que urinam para marcar seu território e mordem os que nele penetram. Há uma resistência obtusa, inclusive entre os espíritos refinados. Para eles, o desafio é invisível." (MORIN, 2003, p.99)

1 de abr. de 2012

As quatro dimensões da comunicação nas organizações educacionais


Ao ser incluída como parte efetiva da gestão de uma organização educacional, a comunicação pode contribuir em diferentes dimensões. Tendo o diálogo e a mediação como princípios de intervenção, o saber da comunicação transcende a dimensão instrumental, agindo também no espaço pedagógico, no âmbito administrativo e na dimensão da sustentabilidade do sistema de ensino, escola de educação básica ou instituição de ensino superior. 

Considerando a sociedade aberta (WOLTON, 2006, 2010), na qual as incertezas tomam o lugar das verdades definitivas da modernidade, a escola encontra-se em verdadeiro turbilhão de mudanças. Mais do que nunca, a comunicação precisa superar-se para contribuir efetivamente na busca do diálogo e da construção de sentido para as mudanças necessárias.

Fonte: FLORCZAK, 2009

5 de dez. de 2011

Para apagar a crise "Geisy", Anhanguera vai matar a marca da Uniban

A prova de que crises podem gerar estragos irreparáveis na imagem de uma organização educacional é o caso Uniban. O episódio conhecidíssimo envolvendo a aluna Geisy Arruda e o famoso episódio do mini vestido vermelho e a falta de manejo adequado da crise denegriu fortemente a marca, recentemente adquirida pela maior rede de ensino privada do Brasil, o Grupo Anhanguera, com faturamento anual de 1 bilhão de reais. A situação comprova que escolas e universidade precisam dar cada vez mais atenção ao tema comunicação de crise.

Para contornar os efeitos da crise, a Anhanguera planeja sepultar a marca Uniban. Depois do episódio da crise, o número de vestibulandos da Uniban caiu em 50% e o número de matriculados despencou em 20%. Além da total reestruturação administrativa, a universidade assumirá o nome Anhanguera.

Veja todos os detalhes no site Marketing nas IES: http://www.marketingnasies.com.br/2011/11/02/eles-querem-apagar-a-geisy/

18 de nov. de 2011

Escola pode ajudar o estudante de educação básica a aprender a pesquisar na internet

O que parece um paradoxo pode ser uma boa oportunidade para as escolas de educação básica: uma pesquisa da Universidade de Charleston, nos Estados Unidos, apontou as dificuldades da Geração que nasceu sob a lógica da internet, de fazer uma pesquisa confiável usando a rede mundial. Conheça detalhes da pesquisa em matéria da Revista Época: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/11/geracao-digital-nao-sabe-navegar.html .  Eis uma boa oportunidade para aproximar os educadores e os estudantes em projetos interessantes que mobilizem o interesse da meninada. Para isso, é claro, a escola precisa assegurar que seus professores realmente saibam utilizar a internet para pesquisa. Se não souberem, deverão ser preparados, com a máxima urgência.

30 de ago. de 2011

Valores e complexidade ganham espaços nas campanhas publicitárias

A temporada de campanhas publicitárias das organizações educacionais gaúchas parece ter assumido, fortemente, os princípios do Marketing 3.0, de Philip Kotler. Valores que apresentam os produtos para seres complexos e multifacetados movidos pela ação integrada entre razão e emoção ganham lugar nas principais campanhas que chegam às ruas neste chuvoso Agosto de 2011.

Vale uma espiada no que está nas ruas!


  • A Rede Marista aposta no conceito Aprendemos juntos a reinventar o mundo. Pessoas unidas em construção coletiva de novos aprendizados que tem a motivação social de gerar um mundo melhor a partir da escola. 

  •     Já a Rede La Salle, estréia a parceria com a Agência Matriz e busca posicionar-se com o conceito: Conhecimento emociona. Numa ousada campanha institucional que reúne da Educação Infantil ao Ensino Superior, em todo o Brasil, a rede fala do Amor que nos move.

A Unisinos traz a complexidade do ser humano e das suas possibilidades para o seu novo posicionamento: Somos infinitas possibilidades. Assinada pela Escala, a campanha traz à propaganda, novas dimensões comunicáveis, qualificando a mensagem da Universidade.

Um bom momento da comunicação das organizações educacionais. Ao menos na dimensão mercadológica. 

21 de jul. de 2011

Professor apaixonado, aprendente em escola com novas dinâmicas

Educadora americana dá dicas para uma escola que rompa com a lógica atual do sistema de ensino. Vale a pena prestar atenção ao trecho que fala sobre a capacidade de comunicação de um professor interessado, pesquisador envolvido com a aprendizagem e que, certamente, alcançará resultados animadores com seus alunos. Espia lá: http://mediacenter.clicrbs.com.br/rbstvrs-player/45/player/197090/bom-dia-rio-grande-educadora-da-dicas-de-como-atrair-a-atencao-dos-alunos-21-7-2011/1/index.htm

16 de jul. de 2011

Livro reúne artigos sobre comunicação nas organizações educacionais

Multiplicar o interesse e a partilha de temas ligados à comunicação ligados à comunicação é o principal propósito do livro A Comunicação nas Organizações Educacionais – Contribuições do Ecom (Encontro de Comunicação Marista). A publicação reúne artigos de profissionais da Assessoria de Comunicação e de pesquisadores que contribuíram para reflexões importantes, a maioria delas feita em edições anteriores do Ecom, evento realizado a cada dois anos pela Rede Marista.

O livro é organizado pela coordenadora da Assessoria de Comunicação e Marketing da Rede Marista do Rio Grande do Sul, Rosângela Florczak, e pela doutoranda em Comunicação, Lidiane Ramirez Amorim.

Baixe aqui o pdf do livro.

24 de jun. de 2011

Anais do 5º Congresso da Abrapcorp já estão disponíveis

Redes Sociais, comunicação e organizações foi o tema central do 5º Congresso da Abrapcorp (Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas), ocorrido de 5 a 7 de maio, na Faculdade Paulus (Vila Mariana), em São Paulo.

Aproveito para partilhar aqui os anais do Congresso, recentemente publicados, assim como trazer mais uma vez o tema da comunicação nas organizações educacionais, que, mais uma vez pautou o trabalho que apresentei nesta edição do Congresso. O link  do artigo que apresentei em: http://www.abrapcorp.org.br/anais2011/r.htm. Fica também, a apresentação que fiz na mesa temática: Redes sociais na internet: a imposição do diálogo e o risco da incomunicação nas organizações educacionais.

Boa leitura. Aguardo comentários, críticas, sugestões.

15 de jun. de 2011

Artigo de Elio Gaspari é alerta para gestores: a escola não é uma sociedade secreta

Não resisti e vou reproduzir aqui o artigo assinado pelo colunista de O Globo, Elio Gaspari, que, neste dia 15/6/2011 publicou um texto forte e contundente na sua coluna. Ao analisar fatos recentes ocorridos em colégios tradicionais do Rio de Janeiro, alerta para a prepotência de gestores educacionais e para a tentativa das organizações educacionais de se fecharem em seus muros e manterem em seus domínios a informação sobre conflitos e confrontos. Ele afirma: a escola não é uma sociedade secreta. Leiam!


POLÍTICA

Colégios bons, caros e mandões

Elio Gaspari, O Globo
Em menos de um mês, três colégios tradicionais do Rio caíram no noticiário policial. Bem feito.
O São Bento e a Escola Alemã Corcovado por conta da maneira como lidaram com agressões sofridas por alunos. No São Bento, envolvendo dois jovens, um de 14 anos (batendo) e outro de 6 (apanhando). Na Corcovado, com um professor acusado de empurrar e derrubar um menino de 12 anos. No terceiro caso, no pH, da Abril Educação, a mãe de uma aluna do primeiro ano do ensino médio diz que a diretora e dois professores exigiram que a jovem apagasse textos que pusera numa rede social. Nela, trocava informações sobre tarefas escolares e provas.
Os pais dos estudantes resolveram defender o direito de seus filhos buscando a proteção do Estado e de suas leis. Isso aconteceu em escolas do andar de cima. O São Bento é campeão de desempenho no Enem, a Escola Alemã ficou em 9 lugar e o pH em 14. Suas mensalidades chegam a R$ 1.900.
Os três episódios, diferentes entre si nas circunstâncias e na gravidade, tiveram em comum a postura prepotente da direção das escolas diante dos malfeitos.
Na Escola Alemã, quando a diretoria soube que a família do estudante agredido pelo professor dera entrada num processo contra o colégio, decidiu expulsá-lo. Expulsaram também seu irmão. Explicando-se, os doutores disseram que os jovens foram mandados embora para preservar um ambiente em que prevaleça "a confiança, o respeito e a cooperação entre pais e escola". Beleza, expulsaram os filhos porque discordam da conduta dos pais. Quanto ao professor, voltou para a Alemanha.
O São Bento chamou a agressão de "acidente" e informou que "repudiamos (...) qualquer atitude desavisada ou que extrapole o âmbito educacional que qualquer um tome em relação ao fato em questão". Como se a busca de um direito fosse indisciplina. Segundo a escola, o caso, restrito ao aspecto educacional, fora resolvido com a aplicação de uma "sansão" ao aluno agressor, suspenso por um dia. (Sansão é o namorado da Dalila.)
O colégio pH informou que suspendeu a aluna de 15 anos porque ela "usava o logotipo da instituição e veiculava material didático do colégio sem autorização e de forma inadequada". É um caso diferente e a Justiça dirá se a escola teve razão. Mesmo assim, veio a ladainha: lamentou que um assunto de cunho educacional tenha sido levado ao tribunal.
Não ocorreu a nenhum dos três educandários que escolas não são sociedades secretas e ir à Justiça é um direito. É saudável que os colégios defendam seus códigos de conduta nas cortes, até para desautorizar pais reclamões. Se as escolas acham que devem ficar fora do alcance do Judiciário, que mais ensinam?
Vejam os doutores da Escola Alemã o que lhes aconteceu em 1974: sua direção demitiu uma professora, ela não gostou e sua queixa chegou a um general. O Serviço Nacional de Informações investigou secretamente o colégio e concluiu que "visa a Escola Corcovado preparar em seus bancos escolares uma elite de brasileiros e alemães, para que em futuro próximo, constitua um grupo de defesa de interesses políticos alemães no Brasil".
Havia ali "um foco de contrabando ideológico e de revolução pedagógica, incompatíveis com as diretrizes politico-educativas nacionais".